A irreverência, virtuosismo e contemporaneidade da viola d’arco de José Valente definem um percurso artístico elogiado pela crítica e evidenciado pelos inúmeros projetos de carácter diversificado em que o músico se tem envolvido. Dotado de uma linguagem única, o premiado violetista explora os limites do seu instrumento, aplicando na sua obra uma intensa e articulada simbiose de estilos musicais, raramente associáveis ao repertório tradicional para a viola d’arco.
Virtuoso da viola d’arco, como já se percebeu, José Valente transpõe esse instrumento para uma contemporaneidade arrebatadora. Tanto pelo recurso sem preconceito a gadgets atuais (pedais de efeitos, loops, etc.), como pelo percurso que é capaz de fazer em géneros musicais diversos (jazz, worldmusic, contemporânea). Um cruzar de fronteiras que também se encontra nos elogios internacionais; de colegas instrumentistas como Daniel Levin ou Jason Kao Hwang, a Carl Djerassi, escritor e coinventor da pílula contracetiva.
Eduardo Sardinha